Estação Hack, a nova plataforma mundial do Facebook, chega ao Brasil e inaugura sua sede na capital paulista com espaços autorais e recheados de referências urbanas, móveis e objetos de design nacional – com uma seleção imperdível em parceria com a Boobam.

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“O sofá Inoxtro, de Rodrigo Almeida para a Beluzo, tem a cor azul do Facebook, além de ter o conceito da reciclagem. Quando contatamos a empresa para avisá-la de que o móvel seria usado na sede da plataforma digital, a receptividade foi ótima e pudemos dispor de várias possibilidades de texturas e cores”, afirmam Wado Gonçalves e Diego Ognibeni.

O Facebook escolheu o endereço mais famoso de São Paulo, a av. Paulista, para abrigar a sede da Estação Hack, que começou a operar neste mês. A nova plataforma pretende formar talentos na área de tecnologia, capacitar jovens empreendedores e acelerar startups de impacto social num ambiente amigável e com bossa brasileira. Visitamos o local de 1,1 mil m² com a dupla de profissionais que concebeu o espaço, o diretor de criação Wado Gonçalves e o designer Diego Ognibeni, responsáveis pela execução de famosos eventos, como Rock in Rio, Lollapalooza, Baile de Gala da Vogue, entre outros. Nesta entrevista, eles nos contam sobre o ousado projeto.

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Os neons azuis que iluminam e decoram a Estação Hack foram criados pelo diretor de criação Wado Gonçalves (sentado) e pelo designer Diego Ognibeni, que também assinam o projeto da sede da nova plataforma do Facebook, a Estação Hack.

Qual foi a ideia de concepção do espaço?
Não quisemos tratar a tecnologia com frieza nem como a pretensão de apresentar o futuro. Nossa pesquisa se baseou sempre no olhar humano, na perspectiva de que novos softwares e aplicativos sirvam de instrumento para uma vida melhor em sociedade. O local é dividido em salas de aula interligadas, área com 52 estações de trabalho e um amplo lounge para que os usuários possam trocar ideias e experiências.

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“O sofá Campo (acima), da Ovo, também remete à capital paulista, assim como o banco Urbe (abaixo), do F Studio Arquitetura, que lembra o pavimento de calçada.”

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O que diferencia o trabalho de vocês de outros escritórios de design de interiores?
Nosso trabalho se caracteriza pelo olhar 360 graus. Nossa linguagem é cenográfica, traz o novo para estruturas e acabamentos. Nossos projetos não são só para serem vistos, mas vividos, experimentados e compartilhados. Queremos que as pessoas entrem e se sintam à vontade. Nesse sentido, ele é agregador e democrático.

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“Aqui, 99% do mobiliário é brasileiro. Nossa intenção foi mostrar que podemos concorrer com o design do mundo.” Na foto, os sofás Pk1 e Pk2, de Paulo Kobylka, se unem para formar uma estrutura em L. Mesa de centro Luz, de Gustavo Matini, banco Bombô de metacrilato, da Pax.Arq., e tapete desenhado pela dupla de profissionais e produzido pela Punto e Filo.
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“São poucas as peças orgânicas no projeto, mas as que têm essa característica revelam o caos da cidade, como as mesas Tulio, de tampo de concreto e estrutura de vergalhão, do Rodrigo Ohtake. Ao lado dela, colocamos o suporte de vaso Octa, do João Diniz”, diz Diego Ognibeni.
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“Quisemos trazer para o projeto a linguagem do urbano, a linguagem de São Paulo sem ser caricato. O sofá PK1, do Paulo Kobylka, traduz essa ideia e nos faz lembrar de muretas. Essa é uma das peças emblemáticas do projeto.”
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“A poltrona Super Jardim, dos mineiros do Cultivado em Casa, virou uma espécie de trono do lounge. Faz o maior sucesso: as pessoas param, olham, sentam, riem e querem tirar foto nela.”

Vocês também assinam o projeto arquitetônico?
Sim. “Descascamos” a arquitetura para ter este ar de galpão. Aqui os dutos que percorrem o teto são cenográficos e foram propostos a partir do desenho do logo da Estação Hack. Os espaços contam com grandes circulações, hoje as empresas querem aproveitar cada centímetro quadrado para juntar o maior número de pessoas. Queremos justamente o contrário. A iluminação é funcional e dramática. Esse mix é importante para nós, e mesmo os projetos que caminham para o minimalismo têm sempre pequenas histórias, micromundos, variações de escalas e volumes. Este espaço diz um pouco sobre isso.

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“O Bombô em metacrilato e preso com fitas Hellermann deu o efeito tecnológico que desejávamos sem cair no lugar comum.”

Onde vocês se inspiram?
Gostamos de viajar bastante, vamos a museu e a exposições aqui e lá fora. Criamos links entre uma coisa e outra e, nesse mix, a gente aposta em algumas tendências que se confirmam.

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Por que a escolha do design brasileiro?
Usamos com frequência em nossos projetos e já o fizemos em outro escritório do Facebook, em São Paulo. Aqui, porém, nossa intenção foi apresentar design de primeira ao mundo. Mostrar que não temos só madeira e palha, mas misturas de materiais, linguagens conceituais e trabalhos de textura.

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“O banco Bombô, da Pax.Arq., tem desenho simples, mas de incrível resultado. É uma peça instigante e que usamos pela segunda vez no Facebook justamente pelo impacto que o móvel provocou no primeiro projeto realizado para eles.”

Como foi a escolha na Boobam?
A Boobam nos ajudou na pesquisa por novos designers. Você encontra no site gente que nunca ouviu falar e tem contato direto com eles. Isso acaba nos inspirando porque muitas vezes você consegue customizar a peça e fazer adaptações para que o móvel se encaixe perfeitamente no projeto. Compramos vários produtos e de vários artistas e ficou complicado administrar todas as entregas. Nessa hora, a equipe do site nos ajudou, cuidando dos prazos de entrega com cada designer.

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“Este lounge foi pensado em linhas diagonais para favorecer o encontro entre as pessoas. Dessa forma fica mais fácil de elas se conectarem, escutarem umas às outras, trocarem ideias e informações”, afirma Wado Gonçalves.

O que vocês destacam no nosso design?
Nosso olhar está voltado para o design de autoria, conectado ou não com as raízes brasileiras. As peças autorais são mais difíceis de achar em lojas, pois a produção é menor. Nós temos sede por esses achados e gostamos de ter a proximidade com todo o processo, por isso acabamos comprando tantas peças no site.

 

Visite a loja dos desigenrs selecionados pelo Facebook na Boobam

Fotos: Salvador Cordaro

Publicado por:Regina Galvão

2 comentários sobre “Facebook na onda do design brasileiro

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